Militante da Via Campesina é assassinado no PRUm grupo de aproximadamente 40 homens armados atirou em integrantes da Via Campesina, domingo à tarde, logo após ação de reocupação de um campo de experimentos com sementes transgênicas da empresa Syngenta, no oeste do Paraná. Vilmar Mota foi morto com dois tiros no peito.Marco Aurélio Weissheimer - Carta MaiorPORTO ALEGRE - Valmir Mota, militante da Via Campesina, foi assassinado com dois tiros no peito, ontem à tarde, em Santa Tereza do Oeste, no Paraná. Segundo a Via Campesina, Valmir foi executado por um grupo de cerca de 40 pistoleiros no acampamento do campo de experimentos da empresa multinacional Syngenta Seeds. Outros seis integrantes da Via Campesina ficaram gravemente feridos. Fábio Ferreira, que integrava o grupo de seguranças armados, também morreu. Entre os feridos o caso mais grave é o de Izabel Nascimento de Souza, que está em coma e corre risco de morte.
A ação dos pistoleiros ocorreu depois que cerca de 150 integrantes do movimento reocuparam o campo de experimentos da empresa para denunciar o cultivo ilegal de sementes transgênicas de soja e milho. Conforme o relato da Via Campesina, por volta das 13h30min, cerca de 40 homens fortemente armados chegaram, em um micro-ônibus, ao portão da entrada da área e desceram atirando nos manifestantes.
Além de Valmir, atingido com dois tiros, outros cinco agricultores foram baleados e Isabel Nascimento de Souza foi espancada. Ainda segundo a Via Campesina, a Syngenta contratou serviços de segurança que atuavam de forma irregular na região, articulados com a Sociedade Rural da Região Oeste (SRO) e com o Movimento dos Produtores Rurais (MPR).
Uma das diretoras da empresa de segurança NF foi presa no início de outubro e o proprietário da mesma fugiu durante uma operação da Polícia Federal que apreendeu munições e armas ilegais. Segundo a organização de trabalhadores rurais, há indícios de que a empresa é contratada como fachada, para encobrir a ação de pistoleiros que formariam uma milícia armada que atua praticando despejos violentos e ataques a acampamentos na região.
No dia 18 de outubro, a atuação de milícias armadas ligadas à SRO/MPR e Syngenta na região Oeste do Paraná foi denunciada durante uma audiência pública coordenada pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal dos Deputados (CDHM), em Curitiba. Agora, a Via Campesina cobra da justiça a apuração do ataque, contra os trabalhadores do acampamento, que juntamente com o assentamento Olga Benário lutam para transformar a área num Centro de Agroecologia e de reprodução de sementes crioulas para a agricultura familiar e reforma agrária.
O campo de experimentos da Syngenta foi ocupado pela primeira vez, em março de 2006, para denunciar o cultivo ilegal de sementes transgênicas. Após 16 meses de ocupação, no dia 18 de julho deste ano, as 70 famílias que participaram da ação desocuparam a área e foram para um local provisório no assentamento Olga Benário, também em Santa Tereza do Oeste.
Sete homens já foram presos
A Secretaria de Segurança do Paraná informou que sete homens que atacaram os agricultores já foram presos e disseram que foram contratados pelo Movimento dos Produtores Rurais para retirar pessoas que tentassem invadir a área. Eles foram autuados por formação de quadrilha, homicídio e exercício arbitrário das próprias razões. Após o confronto, os seguranças teriam fugido a pé e acabaram sendo encontrados e presos num barracão abandonado a cerca de seis quilômetros da fazenda da Syngenta. O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), determinou que a polícia fique de prontidão nas imediações da área para evitar novos conflitos.
Em nota oficial, a Syngenta disse que "lamenta profundamente o incidente ocorrido durante nova invasão" e promete colaborar com as autoridades locais na apuração do que ocorreu. Ainda é prematuro fazer uma avaliação definitiva sobre o ocorrido, acrescenta a nota que assegura que a "a política global da companhia determina que não se use força ou armas para proteger suas unidades".Abra sua conta no Yahoo! Mail, o único sem limite de espaço para armazenamento!
terça-feira, 23 de outubro de 2007
A luta continua! Assassinato no Paraná
terça-feira, 9 de outubro de 2007
40 anos depois, Che Vive! Ouça o especial
- Documentário: "Os últimos passos de Che", com apresentação de seu diário na Bolívia;- Áudios de Che, a carta de despedida lida por Fidel e a chegada dos restos mortais a Cuba com um emocionado discurso de sua filha, Aleida Guevara;- Canções em homenagem ao Comandante com Victor Jara, Carlos Puebla, Buena Vista Social Club, Caetano Veloso, Chico Buarque; Pablo Milanes, Nathalia Cardone.
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Che Guevara - 40 anos
"Faço uma pausa na luta diária para inclinar o semblante, com respeito e gratidão, ante o excepcional combatente morto em um 8 de outubro há 40 anos".(Fidel Castro, sobre Che Guevara)Brasileiro lamenta não ter sido o 'vingador de Che'Amílcar Baiardi conta como foi errar o tiro contra o assassino do revolucionário 40 anos após a sua morteSALVADOR - O sonho desse intelectual baiano de 66 anos era ter escrito a carta até o fim: "Um ano e pouco depois, o Comando de Libertação Nacional, em nome dos oprimidos de todo o mundo, vinga o assassinato de Che Guevara". Em 1968, o jovem Amílcar Baiardi fez parte do grupo de brasileiros que tentou matar Gary Prado, o militar boliviano que capturara Ernesto Guevara de la Serna um ano antes, em 8 de outubro de 1967, 40 anos atrás. Mas o tiro atingiu o peito errado - e Baiardi participou de um dos principais erros históricos da esquerda brasileira. A frustração o persegue quatro décadas depois. "Seria muito reconfortante ter matado Gary", diz em entrevista exclusiva ao estadao.com.br.Intelectual e profundo conhecedor das táticas de guerrilha rural, Baiardi foi o responsável por redigir o comunicado oficial do Comando de Libertação Nacional (Colina) sobre a morte de Gary Prado à imprensa. Esperou pelos três "companheiros" quase uma hora num "aparelho" clandestino no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro. Quando chegaram, com a missão cumprida e uma pasta supostamente do militar boliviano, perceberam que algo estava errado. Documentos em alemão. Haviam matado Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen, major do Exército alemão.Baiardi amassou e destruiu imediatamente o rascunho da carta. Firmou com João Lucas Alves, Severino Viana e José Roberto Monteiro (os três companheiros) um pacto de silêncio que durou até 1988. Apenas ele sobreviveu à ditadura.O hoje professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura em 1997 e ex-guerrilheiro recebeu o estadao.com.br em seu apartamento, em Salvador, para contar a história. E falar de Che, o "visionário romântico".Estadão: Você tem formação em guerrilha rural, chegou a organizar o primeiro exército de guerrilheiros rurais no Maranhão. Como foi parar em uma ação urbana no meio do Rio de Janeiro?Amílcar Baiardi: Eu não estava no grupo tático do Colina que organizou o atentado a Gary Prado. Mas como sabiam que eu tinha experiência e uma cultura mais geral do que era o movimento de libertação na América Latina, me pediram para redigir a mensagem ao povo brasileiro comunicando a vingança de Che Guevara. Tanto que no aparelho tinha uma máquina de escrever e eu já estava preparando o que seria a mensagem.Estadão: Esse papel ainda existe?Amílcar Baiardi: Não, não... Fiz um manuscrito que depois embolei e destruí lá mesmo. A mensagem seria assim: "Um ano e pouco depois, o Comando de Libertação Nacional, em nome dos oprimidos de todo o mundo, vinga o assassinato de Che Guevara". Imaginava que teria uns quatro a cinco parágrafos. Terminaríamos com a exortação dos revolucionários no Brasil para a construção de uma frente guerrilheira única. Era um discurso nessa direção. Deixaríamos a mensagem numa caixa de correio e avisaríamos os jornais. Seria uma bomba jornalística, era a idéia.Estadão: Você foi o mentor do atentado?Amílcar Baiardi: Não, fui convocado pelo Colina. Tinha uma relação muito próxima com dois dos companheiros. Um paulista agrônomo, José Roberto Monteiro, que trabalhou comigo no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O outro era João Lucas Alves. Ficamos muito ligados em decorrência do material sobre guerrilha que eu havia trazido da Colômbia. Ele que me ligou e disse: "Venha para o Rio de Janeiro que temos uma ação para você, uma ação de impacto que vai projetar nossa organização".Estadão: As táticas usadas pelo Colina eram as mesmas de organizações mais reconhecidas na época como a Ação Libertadora Nacional (ALN), de Carlos Marighella, e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), de Carlos Lamarca?Amílcar Baiardi: Sim. Tínhamos uma infinidade de medidas de segurança. Tanto que cheguei vendado ao que se chamava de aparelho, creio que em Botafogo, não sei direito até hoje. Como combinado, num determinado local, num certo dia, o João Lucas me pegou, me deu a venda e eu entrei num apartamento. Foi aí que soube: "Nós vamos vingar o Che". Foi feito o levantamento do Gary Prado, a imprensa tinha noticiado que ele tinha ido ao Rio para cursar a Escola Superior do Estado-Maior, na Praia Vermelha. Cheguei, tinha lá um sanduíche, uma máquina de escrever. Era um aparelho típico. Pouca mobília, algumas armas, e ele me disse que chegaria, dentro de 40 minutos, com esta notícia: a comprovação de que o Gary Prado tinha sido executado.Estadão: Como descobriram o engano?Amílcar Baiardi: Eles voltaram com uma pasta. Quando abrimos, só tinha documentos em alemão, um passaporte em alemão. Aí não se teve mais dúvida de que se tinha cometido um erro histórico. Nossa fonte de informação era um soldado infiltrado no Exército e havia uma coincidência enorme. Fisicamente, Gary e o alemão eram parecidos, magros, altos, mesma cor de pele, não usavam óculos. Então fizemos um pacto: "Nunca ninguém vai saber disso, nem mesmo nossos companheiros da organização". Não abrimos em hipótese alguma, mesmo presos e sob tortura, porque isso comprometeria a organização. Mas aconteceu um fato curioso. O Gary Prado entendeu a mensagem. Uma semana depois ele desapareceu do Rio, suspeitando que seria o alvo.Estadão: Analisando com uma sabedoria de 40 anos de História, qual foi a maior besteira que Che Guevara disse e fez?Amílcar Baiardi: Ele foi excessivamente romântico e muito humanista. Eu diria que é um paradoxo: ser humanista e desenvolver luta armada revolucionária. O erro dele foi achar que poderia criar muitos Vietnãs, achar que transformaria os Andes em uma Sierra Maestra. Foi um grande equívoco. Ele começou a se dar conta disso quando chegou na Bolívia e a própria esquerda não o apoiou incondicionalmente. Ficou isolado pela própria esquerda.Estadão: E o grande legado? O que tem de vanguarda em Che Guevara?Amílcar Baiardi: Já como acadêmico, fiz um trabalho em que tentei entender os fundamentos do pensamento econômico de Guevara. Descobri coisas curiosas. Em primeiro lugar, uma visão que ele tinha como presidente do Banco Central e ministro da Indústria de Cuba de que o atrelamento com a União Soviética não era uma coisa boa e definitiva para Cuba. Ele tinha alguns debates com Charles Bettelhein, um economista francês, e dizia que o Comecom (Conselho para Assistência Econômica Mútua), o mercado comum socialista, de algum modo dava um tratamento a Cuba que se parecia a um grupo capitalista. Os soviéticos não se guiavam nas relações de intercâmbio pela Lei do Valor. Depois, em segundo lugar, Che defendia alguma forma de mercado, alguma descentralização. Era a mesma posição do economista polonês Oscar Lange. Flexibilização, que houvesse no tecido socialista pequenas e médias empresas. O pensamento econômico deles estava muito avançado em relação à época.Estadão: Não é o que se busca hoje - associar capitalismo com ganhos sociais?Amílcar Baiardi: Diria que Che anteviu o que aconteceu com alguns países do ex-bloco socialista, que se transformaram em economia de mercado, viraram o que se chama de "socialismo de mercado". Ele incomodava o "mainstream" soviético, o pensamento único. Outra coisa importante que ele pregava é a idéia do "novo homem", que produziria não apenas motivado por remunerações pecuniárias. Ele achava que tinha de chegar a um estágio do socialismo para as pessoas se movimentarem pensando na sociedade.Estadão: O que dizer do Che ícone pop, que virou tatuagem de Maradona e Mike Tyson, bandeira da Jamaica? Ele associado não à esquerda propriamente, mas à rebeldia em geral. É positivo?Amílcar Baiardi: Contribui na medida em que leva essas pessoas a saberem quem foi o Che, sua dimensão humana. Pensar nessas duas figuras, Maradona e Tyson, que são dadas a drogas, aí não é legal. Mas é um ícone para a capacidade de se rebelar, não aceitar o que vem de cima, as regras instituídas. Sua presença ainda durará muito tempo.Estadão: Che é o maior líder de todos os tempos da América Latina?Amílcar Baiardi: (Pensa) Sim... É um visionário, mais que propriamente um líder. Se fosse líder, conduziria multidões, o que não ocorreu. Mas como referência, não vejo ninguém à altura dele. Salvador Allende também foi uma figura extraordinária, pela coerência, e Camilo Torres, sacerdote colombiano. Mas nenhum atingiu o pedestal de Che.Estadão: Para finalizar. Você gostaria de ter matado Gary Prado? Queria ter dormido com essa?Amílcar Baiardi: Queria. Claro. Seria muito reconfortante. Mas hoje, fazendo a análise contra-factual, é curioso ver que Gary Prado joga a favor da redemocratização da Bolívia, um papel positivo na História. Isso só mostra que não devemos ser maniqueístas, dizer que todos que estão de um lado são ruins ou bons. Mostra que as pessoas podem mudar. People change. (Lucas Pretti, do estadao.com.br)Che Guevara foi encontrado e executado com ajuda da CIAEm arquivos publicados há dez anos, agência revela como ajudou o Exército boliviano a eliminar o guerrilheiroSÃO PAULO - Arquivos secretos da CIA trazidos a público durante as comemorações dos trinta anos da morte de Che Guevara, há exatos dez anos, mapearam os principais momentos que precederam a captura e execução do líder guerrilheiro, na vila boliviana de La Higuera.A agência de inteligência americana teve papel chave no processo que levou a esse desfecho, mas a derrocada do líder guerrilheiro começou de fato em 1965, quando Che deixou Cuba com o objetivo de ajudar outros países a promover a revolução. Veja a seguir os principais episódios que marcaram o fim de Che Guevara, segundo a CIA.3 de outubro de 1965 - Em um discurso, Fidel Castro lê uma carta de "despedida" à população cubana, escrita por Che Guevara em abril. No texto, o guerrilheiro renuncia a todas as suas posições no governo de Cuba. A manobra é vista pela CIA como um sinal de enfraquecimento de Che na ilha, já que suas idéias econômicas e desejo de "exportar" a revolução não são muito bem vistas por alguns dirigentes cubanos.Primavera de 1966 - Che Guevara chega à Bolívia com passaporte uruguaio falsificado. Seu objetivo é firmar bases no país andino para iniciar o processo de revolução na América Latina. Para o líder argentino, a Bolívia tinha as condições ideais para a consolidação de um movimento guerrilheiro: estava distante da área de maior influência dos Estados Unidos e tinha população pobre e pronta para aceitar a ideologia revolucionária.Outono de 1967 - Entre março e agosto de 1967, Che Guevara e suas dezenas de guerrilheiros conseguem a façanha de matar cerca de 30 soldados bolivianos, perdendo apenas um homem.28 de abril de 1967 - Os Exércitos dos EUA e da Bolívia assinam um acordo de cooperação com o objetivo de melhorar os padrões de treinamento das tropas bolivianas.11 de maio de 1967 - Um assessor do presidente americano Lyndon B. Johnson manda uma mensagem ao mandatário com as primeiras informações de inteligência dando conta de que Che Guevara estava vivo e operando na América do SulJunho de 1967 - O agente cubano-americano da CIA Felíx Rodríguez recebe a missão de assessorar o Exército boliviano na caçada a Che Guevara e seus guerrilheiros na Bolívia.31 de agosto de 1967 - O Exército boliviano consegue sua primeira vitória contra o grupo guerrilheiro liderado por Che Guevara, matando um terço dos seus homens. A saúde de Che começa a se deteriorar.26 de setembro de 1967 - Os guerrilheiros chegam à vila de La Higuera. Por volta das 13 horas, os rebeldes ouvem tiros vindos da estrada e são obrigados a recuar. Três guerrilheiros são mortos, e o restante foge sob ordens de Che. O governo boliviano considera o encontro uma importante vitória. Para Félix Rodríguez, torna-se claro que Che Guevara está perto de ser capturado.29 e 30 de setembro de 1967 - Um batalhão de 650 homens treinados por um major americano é enviado para Vallegrande. Félix Rodriguez se junta ao grupo. Che e seu grupo são encurralados pelo Exército no canyon de Valle Serrano.7 de outubro de 1967 - O dia marca a última entrada de Che Guevara em seu diário. Os guerrilheiros pedem informações a uma pastora de ovelhas, que diz não ter visto soldados na região. Che e seus homens temem ser entregues ao Exército, e pagam 50 pesos para que a mulher fique quieta.8 de outubro de 1967 - Soldados recebem informações de que 17 guerrilheiros estão no Barranco Churro, entram na área e matam dois cubanos. Uma mulher diz ao Exército ter ouvido vozes próximo ao Rio San Antonio, mas não se sabe se é a mesma pastora avistada pelos guerrilheiros no dia anterior. Começaria aí a caçada final contra os guerrilheiros.A CaçadaPela manhã do dia 8, várias companhias do Exército boliviano são enviadas para a área em que o grupo de Che se encontra. Os soldados tomam posição na Quebrada del Yuro, o mesmo vale em que os guerrilheiros estão.Por volta do meio dia uma companhia treinada pelas Forças Especiais do Exército americano entra em confronto com os guerrilheiros, matando dois soldados e ferindo vários.Che também está na Quebrada del Yuro e tenta fugir do Exército seguindo o mineiro boliviano Simon Cuba Sarabia, um de seus principais homens. A batalha final do líder argentino começa por volta das 13h30. Che é atingido várias vezes na perna direita e tem que ser arrastado por Sarabia, que tenta tira-lo da linha de tiro. O mineiro boliviano larga Che para atirar nos soldados, que concentram o fogo nos guerrilheiros. O argentino ainda tenta manter sua arma levantada, mas não consegue, porque está com um braço machucado. Ele volta a ser atingido na perna e perde o rifle. Um soldado se aproxima: "Não atire! Eu sou Che Guevara e valho mais vivo do que morto", grita o guerrilheiro. A batalha termina por volta das 15h30.Os guerrilheiros são levados para o capitão que comanda as operações, que ordena o envio de uma mensagem ao quartel general de Vallegrande: "Olá Saturno, nos temos Papá", diz o aviso ao comandante do Exército, referindo-se à captura de Che. O prisioneiro é levado para La Higuera.Em Vallegrande, Félix Rodríguez recebe a mensagem de que Che fora capturado.9 de outubro de 1967 - No dia seguinte à captura de Che, uma mensagem é enviada ao presidente americano reportando a prisão do guerrilheiro. Pela manhã, Félix Rodríguez chega a La Higuera portando um potente rádio portátil e câmeras fotográficas. "Ele parece um monte de lixo", é a descrição do agente da CIA para as condições em que encontra Che. Mais tarde, numa entrevista, ele admitiria ter sentido pena ao ver o líder guerrilheiro naquelas condições. Rodriguez fotografa o diário de Che, conversa e tira uma foto ao lado do guerrilheiro.ExecuçãoAs autoridades bolivianas discutem o que fazer com o argentino. A possibilidade de processá-lo é descartada, porque um julgamento chamaria a atenção do mundo e poderia gerar propaganda favorável a Che e Cuba. A alternativa que resta é executá-lo. A versão oficial seria de que Che fora morto em combate, vítima dos ferimentos.O comando do Exército autoriza a operação. Segundo os arquivos da CIA, Félix Rodríguez anuncia que o governo americano esperava levar Che para o Panamá para interrogá-lo, mas o comandante da operação de captura de Che diz que deve seguir as ordens de seus superiores. Rodríguez teria decidido então "deixar que a história seguisse seu curso".Ao saber de seu destino, Che teria dito: "É melhor assim, eu nunca deveria ter sido pego vivo".O último desejo de Che é ter uma última refeição antes de morrer. Em um dos seus últimos diálogos, o guerrilheiro teria respondido com um "talvez" a uma pergunta sobre se era ou não materialista.O escolhido para atirar em Che é o sargento Jaime Terán. O guerrilheiro está encostado em uma parede e se levanta ao ver o algoz se aproximar. Apavorado, Terán deixa a sala, mas é obrigado a voltar por seus superiores. Ainda trêmulo, o sargento retorna ao local. "Eu sei que você veio para me matar. Atire, você está apenas matando um homem", diz Che Guevara ao perceber que seu fim era inevitável. Sem olhar para o rosto do condenado, Téran atira contra o peito do guerrilheiro. Outros soldados entram no local dão mais tiros em Che. (Agência Estado)Nota do CONTRAPONTO!: Há controvérsias sobre a versão da CIA sobre os diálogos de Che com seus captores. A esquerda contesta que Che, ao ser capturado tenha pedido por sua vida, como esta matéria afirma. A outra 'fala' de Che, de suas dúvidas sobre ser um materialista histórico é risível. Se não fosse socialista até a medula, o que estaria fazendo na guerrilha rural, em plena selva da Bolívia?Fidel homenageia Che Guevara 40 anos após a sua mortePresidente cubano agradece em novo artigo pelo que o guerrilheiro 'tentou fazer e não pôde' na ArgentinaHAVANA - O presidente licenciado de Cuba, Fidel Castro, homenageou nesta segunda-feira, 8, o líder guerrilheiro Ernesto Che Guevara em um artigo para marcar os 40 anos da morte do médico argentino convertido em revolucionário."Faço uma pausa na luta diária para inclinar o semblante, com respeito e gratidão, ante o excepcional combatente morto em um 8 de outubro há 40 anos", escreveu Fidel em seu mais recente artigo, publicado na edição desta segunda do jornal Granma.No artigo intitulado "Che" publicado na edição do jornal oficial do Partido Comunista cubano, Fidel agradece "pelo que tentou fazer e não pôde em seu país de nascimento, pois foi como uma flor arrancada prematuramente do caule".Guevara nasceu em 14 de junho de 1928 na cidade argentina de Rosario. Ele foi executado na Bolívia em 8 de outubro de 1967, depois de ser capturado por soldados bolivianos apoiados por agentes americanos.Os restos mortais de Che foram exumados e levados a Cuba em 1997. Atualmente repousam em um monumento em Santa Clara, 270 quilômetros ao leste de Havana."Che era um predestinado, mas não sabia. Combateu conosco, por nós", escreveu Fidel. Ainda de acordo com o líder cubano, o companheiro de revolução também "deixou seu inconfundível estilo de escrever com elegância, brevidade e veracidade cada detalhe do que se passava em sua mente".Fidel Castro não aparece em público desde o fim de julho do ano passado, quando foi submetido a uma cirurgia que o obrigou a se afastar do governo e a deixar provisoriamente a presidência para seu irmão e ministro da Defesa, Raúl Castro.Che Guevara foi um dos comandantes do exército rebelde de Cuba. Ele lutou ao lado de Fidel e Raúl Castro para derrubar o regime de Fulgencio Batista até o triunfo da revolução em 1959, como recordou o líder cubano no artigo.ComemoraçõesCuba começou no domingo as celebrações pelos 40 anos da morte do revolucionário e abriu do chamado "Ano Guevariano", que vai durar até outubro de 2008 para comemorar 80º aniversário de nascimento do guerrilheiro.A apresentação, organizada na Universidade de Santa Clara, comando de Che durante a última etapa da ofensiva revolucionária, contou com a presença de Aleida e Ernesto Alejandro Guevara, dois dos cinco filhos do guerrilheiro.Fidel foi a grande ausência no ato organizado em Santa Clara nesta segunda, 300 quilômetros a leste de Havana, para lembrar o 40º aniversário da morte de Che na Bolívia. Cerca de 10 mil pessoas, segundo a imprensa oficial, lotaram a Praça da Revolução, à qual compareceram o presidente interino, Raúl Castro, o comandante Ramiro Valdés, ministro de Informática e Comunicações (que pronunciou o discurso principal), e a viúva e os filhos do revolucionário morto. (Associated Press e Efe)40 anos sem Che, 20 anos de barbárie*Hamilton Octavio de SouzaAo publicar seu livro "O Horror Econômico", em 1996, a ensaísta francesa Viviane Forrester, crítica literária do Le Monde, analisou com precisão o estrago causado pela globalização neoliberal aos valores humanistas e sociais. Seu livro contribuiu para uma tomada de consciência em várias partes do mundo, especialmente na França e na Europa, onde deu consistência para várias manifestações e movimentos de resistência.Se Viviane Forrester viesse ao Brasil para ver quais são os estragos hoje, após 17 anos de políticas neoliberais, certamente incluiria no "horror econômico" um capítulo especial sobre a barbárie do modelo econômico na periferia do capitalismo onde a tragédia é maior e afeta o nível incipiente dos direitos humanos, a perda de conquistas trabalhistas e sociais, a super-exploração do trabalho e, de quebra, a destruição mais profunda dos valores culturais e civilizatórios.Na verdade, o Brasil perdeu vários bondes da história: poderia ter construído uma sociedade mais justa no processo de independência colonial, no século 19; poderia ter feito a reforma agrária junto com o término da escravidão e com a instauração do regime republicano; poderia ter avançado nos embalos das revoluções socialistas na Rússia, em 1917, na China, em 1949 e em Cuba, em 1959; poderia ter avançado em processos mais democráticos no pós 2ª Guerra, com a derrubada de Getúlio Vargas, como aconteceu na Europa.No entanto, o Brasil como a maioria da América Latina está entregue aos domínios do imperialismo, à exploração das empresas multinacionais e dos bancos e à estagnação dependente um processo político de democracia limitada e controlada pela repressão, um processo econômico centrado na transferência de renda para poucos grupos empresariais nacionais e estrangeiros, um sistema produtivo baseado na exportação de bens primários e matéria prima industrial e uma política de recursos humanos voltada para a formação de quadros de terceiro escalão.Graças a esse modelo o Brasil tem um contingente permanente de desempregados acima dos 15% da população economicamente ativa, tem uma massa de trabalho informal maior que os empregados com carteira assinada e tem sofrido um arrocho salarial de várias décadas. Graças a isso, o Brasil tem um contingente enorme de jovens de 15 a 24 anos sem trabalho, sem escola e sem renda e pior: sem perspectiva de realização profissional e pessoal dentro do Brasil. Por isso mesmo, pesquisa Datafolha de outubro de 2007 estima que a diáspora brasileira dos últimos anos alcance 30 milhões de pessoas que fugiram do Brasil para viver em outros países.Viviane Forrester ficaria mais arrasada ainda ao analisar que o estrago maior do modelo neoliberal globalizado não se deu apenas pelo retrocesso nos campos econômico e social, mas nos campos político e ético. Ficaria realmente horrorizada ao saber que as populações de vários países da América Latina foram subjugadas sem maiores resistências, que muitas das forças de esquerda aderiram ao charme do capitalismo e que, no Brasil, o maior partido de esquerda que o povo conseguiu construir ao longo de séculos de história, praticou escandalosa traição de classe, jogou no lixo seu programa e suas bandeiras de luta, seus quadros dirigentes adotaram as práticas e os métodos mais sórdidos das elites dominantes.Para a América Latina tem restado a insurgência dos mais explorados e mais oprimidos dos povos indígenas da Bolívia, do Equador e do México e a luta de resistência dos poucos movimentos sociais populares que não se renderam ao capitalismo neoliberal. Resta também a inspiração da luta de Ernesto Guevara, o nosso mais querido revolucionário. Que o sonho de Che nos fortaleça. Sempre!(*Hamilton Octavio de Souza é jornalista e professor da PUC-SP)Fonte:CONTRAPONTO!Ano II No 132 08 e 09/10/2007Informativo para um outro Brasil. Difusão de Notícias veiculadas na Internet e Artigos de Opinião Serviço Gratuito, sem objetivos comerciais .Nota do 'ContraPonto': Este é um Espaço Coletivo de comunicação e Informação: Existem artigos de Opinião, que nem sempre terão a nossa concordância, mas este espaço é democrático e sem censura. Caso discorde de algum ponto de vista ou queira enviar um texto para ser incluído neste espaço, favor enviar, pois publicaremos com certeza. Grato pela atenção! Márcio Amêndola de Oliveira (MAO) Organizador.
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terça-feira, 2 de outubro de 2007
El Marxismo es útil y necesario para orientar la lucha de nuestra América
Por: Práxedes Gorrirán
Carlos Marx y Federico Engels elaboraron su teoría socio-filosófica a mediados del siglo XIX las Tesis sobre Fuerbach y La Ideología Alemana, obras en las que presentan los principios fundamentales de la nueva concepción del mundo que profundizaron y enriquecieron con posterioridad, fueron escritas en 1845 cuando en la mayoría de los países europeos la formación económico social del capitalismo no solo se había establecido ya, sino que se desarrollaba a ritmo acelerado a partir de la revolución industrial. Fue Inglaterra el país donde ese desarrollo adquirió en dicha época su nivel más alto y fue también el que ambos amigos tomaron de modelo para desarrollar, sobre la base de su modo específico de manifestarse, la concepción materialista de la historia cuyo núcleo se encuentra en la teoría de la revolución social la que plantea el paso en determinadas condiciones, de una formación social ya caduca a una nueva.
En el Manifiesto del Partido Comunista, sus autores afirman que en aquella época mediados del siglo XIX "toda la sociedad va dividiéndose, cada vez más, en dos grandes campos enemigos, en dos grandes clases que se enfrentan directamente; la burguesía y el proletariado".
Desde sus obras primeras, tanto Marx como Engels se interesaron por describir la miserable situación en que vivían los obreros, al igual que sus mujeres y sus hijos (La situación de la clase Obrera en Inglaterra) y no es exagerado decir que el objetivo fundamental de su labor teórica y práctica no fue otro que proporcionar al movimiento obrero, que cada vez con mayor vigor venia desarrollándose en los países europeos más industrializados, un arma teórica que los orientara en la lucha por el derrocamiento de la burguesía y el establecimiento del poder proletario, o dicho en otras palabras, en la realización de la revolución comunista.
Esta revolución así lo plantearon desde La Ideología Alemana estallaría primero en los países más industrializados, Inglaterra, Francia, Alemania, los que arrastrarían tras sí a los demás del occidente europeo para derrocar en el mundo capitalista el poder burgués.
Reiteradamente se ha tachado, y no sin razón, de eurocentrista, a la teoría elaborada por Marx y Engels, ya que no toma en cuenta la situación existente en los países colonizados de Asia, África y América Latina. No obstante en un tiempo relativamente breve sus ideas se expandieron también por los países de ese llamado "tercer mundo" porque como ellos habían previsto, la formación capitalista se mundializó (o globalizó); se convirtió en un sistema que se instaló, aunque con características peculiares de acuerdo a las condiciones de cada país, en todos los rincones del planeta.
Las concepciones del marxismo llegaron a Latinoamérica a finales del siglo XIX. Desde esos primeros momentos se tenía por objeto dar a conocer a los obreros esta teoría y hacerles comprender el papel que desempeñan en la sociedad y el que les estaba reservado en la sociedad del futuro.
Entre tanto, en el oriente europeo y en medio de la Primera Guerra Mundial, se produce un hecho inusitado. En el Imperio Ruso, una de las regiones más atrasadas de Europa, estalla la primera revolución socialista. El proletariado ruso, bajo la dirección de Vladimir Ilich Ulianov (Lenin) derroca al poderoso imperio de los zares e instaura el poder soviético.
Lenin, dirigente del Partido Obrero Social Demócrata Ruso, Bolchevique (POSDR b) y fervoroso estudioso de la teoría del marxismo, se percata de que en aquellos años el régimen capitalista ha accedido a una fase superior, el imperialismo, en la que se produce un desarrollo desigual de los países capitalistas y en esas condiciones la revolución no estallaría al unísono, como planteará Marx, en los países industrializados, era posible que estallara en un solo país, aquel que fuera el eslabón más débil de la cadena imperialista. En su criterio ese país era Rusia donde se superponían un cúmulo de agudas contradicciones.
La Revolución Rusa ejerció gran influencia entre los marxistas latinoamericanos quienes comenzaron a pensar en la posibilidad de que también en nuestros países se desencadenará una revolución socialista.
Para el marxismo latinoamericano, parte de las tareas revolucionarias encaminadas a orientar sus acciones consistió en poner al descubierto la compleja problemática caracterizada por: 1. La existencia de gobiernos corrompidos y despóticos sometidos a los intereses del imperialismo yanqui. 2. El sometimiento de los países a la dominación imperialista que mantenía al pueblo sojuzgado en lo económico y en lo político, y con la soberanía limitada. 3. La explotación que sufren las masas populares (obreros, campesinos, empleados) así como los intelectuales y pequeños burgueses, víctimas a un mismo tiempo de los capitalistas nacionales y extranjeros.
Lo mejor del marxismo latinoamericano, con un pensamiento antidogmático, se apoya en la teoría social del marxismo leninismo pero sin desdeñar la larga tradición de lucha de nuestros pueblos, este es el caso de Mariátegui, Farabundo Marti, Julio Antonio Mella, el Che, Fidel Castro, Jacobo Arenas, Salvador Allende, Carlos Fonséca Amador, Roque Dalton, Otto René Castillo y Mario Payeras, quienes trataron de desentrañar en esa urdimbre el hilo conductor que permitiera desenrollar la madeja; vale decir encontrar la tarea que hay que priorizar, la que una vez resuelta conduzca a la solución de las demás y con ello a la de la compleja situación de sus pueblos.
El análisis emanado de este pensamiento resulta medular. Precisa la estrecha vinculación de la oligarquía con el imperialismo: aquella sirve a sus intereses y este la sostiene con dólares y armas para subyugar al pueblo. Por tanto, su derrocamiento no puede menos que resquebrajar los cimientos del imperialismo; por ello dedican todos sus esfuerzos a organizar la lucha contra la tiranía.
Este marxismo considera que nuestros países, precisamente por su condición de subdesarrollados, su burguesía débil salvo la vinculada al imperialismo y poco numerosa y por las mismas razones, el proletariado es también poco numeroso y no ha alcanzado aun su madurez, por lo tanto la revolución que se avecina no puede ser sólo una revolución socialista. En esos momentos la lucha contra la oligarquía y el imperialismo que lo prohíja es prioritaria y por ello la revolución que se tiene delante debe ser también nacionalista, y antimperialista. No se plantea que en los países de América Latina no puedan pelearse revoluciones socialistas, lo que se plantea es que para llegar a ellas es preciso realizar conjuntamente una revolución nacional liberadora y antimperialista.
Otro aporte del marxismo latinoamericano ha sido dilucidar el carácter de la revolución, para lo cual fue necesario determinar cuales eran sus fuerzas motrices, es decir que clases sociales, grupos y sectores la habrían de impulsar y que papel habría de desempeñar en ella el proletariado. Fue también uno de sus aciertos teóricos el haber comprendido que no obstante el carácter nacionalista y antiimperialista de la revolución, el proletariado estaba llamado a encabezar la lucha y a nuclear en torno suyo a las demás clases y sectores interesados en que el proceso revolucionario se desencadenara, pues es la única clase social que puede conducirlo hasta alcanzar sus últimas consecuencias.
Este análisis no desconoció el potencial revolucionario de las capas medias, particularmente del estudiantado y ha mantenido una estrecha vinculación con la intelectualidad; sabe también que una buena parte de la pequeña burguesía puede sumarse en determinadas condiciones, si se la sabe motivar adecuadamente, al proceso revolucionario ya que el imperialismo objetivamente entorpece sus posibilidades reales de desarrollo.
El campesinado es también una importante fuerza revolucionaria, en su mayor parte está formada por campesinos pobres; algunos de ellos poseen pequeñas parcelas, otros son arrendatarios o precaristas que viven bajo la continua amenaza de desalojo. Son por ello los aliados más firmes del proletariado en la lucha por la liberación nacional. Se pregunta entonces cual puede ser la organización que aglutine a todas las fuerzas tan disímiles y con intereses tan diversos, cuyas orientaciones sean acatadas sin recelos ni reservas por todas ellas o por la inmensa mayoría. Se propone que esta organización no puede ser el Partido Comunista. Muchos de esos sectores y clases no estarían dispuestos, por temor o prejuicios, a admitir su dirección. Era necesaria una organización más amplia que los aglutine a todos en la lucha por la liberación nacional, es decir una organización de masas.
Esto no significa que no se le asignara ningún papel en el proceso revolucionario al Partido Comunista. Como militantes comunistas no podían dejar de lado esta importante fuerza. Se considera que el Partido Comunista debe estar en el centro de todo el proceso para trazar su estrategia y su táctica y, aunque la clase obrera ya se ha dicho debe encabezar el proceso, ella sola no puede hacer la revolución sin la participación de otras clases, grupos y sectores interesados en el triunfo de una revolución nacional liberadora y antimperialista y estas no pueden sentirse forzadas a militar en el Partido ni a admitir su dirección.
El Partido debe actuar con decisión pero con tacto, tratando de aunar fuerzas y sin plantear tareas que las masas populares no sientan como suyas ni estén dispuestas a luchar por ellas. Vale decir que en el programa de las organizaciones de masas sólo deben incluirse las tareas que son propias de la revolución nacional y antiimperialista capaces de constituir una base común para la integración de un frente único.
De estas posiciones emanan algunas de las reivindicaciones de carácter amplio del marxismo latinoaméricano: la exigencia de reforma agraria que incluyera el reparto de tierras entre campesino y colonos pobres, y el derecho a la huelga y a la organización sindical y gremial. Esto suponía parte de un programa político que planteaba la necesidad de llevar a cabo una revolución nacional liberadora y antimperialista primero, para pasar después a la revolución socialista.
En los debates actuales, estos planteamientos del marxismo latinoamericano han sido borrados de la historia oficial, pretendiendo justificar el supuesto triunfo "histórico del capitalismo sobre el comunismo del final de la historia", sin embargo, como afirma Pablo Guadarrama, el marxismo latinoamericano, revierte una autenticidad que ofrece enormes posibilidades para un adecuado análisis de nuestra realidad y una más adecuada herramienta de orientación en la lucha de nuestros pueblos por su liberación, contra las oligarquías y el imperialismo por el socialismo.
Las condiciones de los países de Nuestra América en los momentos actuales tras veinte años de salvaje neoliberalismo son aún peores a las que existían en tiempos de los primeros marxistas latinoaméricanos. Se han incrementado el hambre y la miseria de las masas populares; aumenta cada año el volumen de la deuda externa que se hace cada vez más impagable y más insoportable. A esto hay que agregar la creciente represión política, e incluso militar, en contra de luchadores y movimientos sociales.
Las condiciones que imponen tanto el Banco Mundial como el Fondo Monetario Internacional para hacer sus préstamos son tan abusivas que impiden a estos países salir del subdesarrollo. La política imperial les ha impuesto una economía neoliberal que tiende a desnacionalizarlos a ritmo acelerado, convirtiendo a los Estados nacionales en meros servidores de los interese imperialistas, ineptos para defender los intereses no ya de sus obreros, campesinos, desempleados y otros sectores marginales de su población sino que ni siquiera los de sus sectores estratégicos, tales como la energía, el agua, la alimentación y la seguridad.
Desde hace unos años el Imperio se empeña en imponerles el ALCA, chantajeando a gobiernos antipopulares y violentando la voluntad de las masas que saben muy bien que el libre comercio no es posible en países de economía desigual, que este acuerdo traerá para los pueblos latinoamericanos más hambre y más miseria y que solo beneficiará a las grandes empresas transnacionales.
Luchar contra el Imperio en este mundo unipolar no es una tarea fácil; Estados Unidos se ha convertido en la única superpotencia a nivel mundial. Son no sólo el país más rico sino también el más poderoso militarmente, el que reiterada y públicamente ha manifestado que no está dispuesto a someterse a los acuerdos de las Naciones Unidas y arremete militarmente contra diversos países y organizaciones a los que acusa de terroristas.
La historia nos ha enseñado que en la lucha contra el imperio y las oligarquías no podemos desdeñar ningún modo de lucha, al contrario, a este dragón de siete cabezas sólo se le puede enfrentar con la combinación de todas las formas de lucha, misma que ha de fundamentarse en la teoría más revolucionaria de todos los tiempos, la que Marx y Engels elaboraron a mediados del siglo XIX y Lenin desarrolló, pero que hemos adaptado a nuestro tiempo y nuestras circunstancias particulares.
Hay que lograr la unidad de todos los que se oponen al imperialismo y al capitalismo; de los obreros, los campesinos, los estudiantes, los intelectuales, los movimientos sociales, y los que vienen surgiendo para oponerse a la política belicista del imperio. La lucha es difícil, pero ya los latinoamericanos, hace muchos siglos que la comenzamos para alcanzar la meta a que aspiramos de un mundo mejor, más justo, sin explotadores ni explotados, sin hambre, sin analfabetos, un mundo de paz con justicia social. El presente y el futuro de Nuestra América lo ameritan.
09 de Febrero de 2007
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Colombia: La combinación de las formas de lucha revolucionaria
Por: Horacio Duque
La combinación de las diversas formas de lucha para derribar el Estado capitalista y darle vía libre a una revolución socialista de obreros y campesinos, es una ley de la teoría revolucionaria descubierta y puesta en práctica por Lenin y el POSDR en su titánica lucha contra la tiranía zarista en Rusia, que condujo a la instauración del Estado soviético en 1917.
Dicha ley es pieza clave de la teoría socialista. No es un invento o capricho de conspiradores de oficio.
En su definición de la combinación de las formas de lucha, Lenin indicaba que la dirección política e ideológica del proletariado, para alcanzar sus objetivos estratégicos debía acudir a todas las formas de lucha revolucionaria, priorizando aquella que el contexto político y la correlación de fuerzas señalaran como la fundamental, sin excluir a las demás.
Todas las formas de lucha (sindical, huelguística, electoral, parlamentaria, el mitin, la manifestación callejera, la propaganda, la ideológica, las tomas de tierras, de fabricas, de oficinas publicas, de carreteras y la armada de las milicias), corresponden a una racionalidad política porque se despliegan por las masas populares, no son instrumentos caprichosos de minorías políticas delirantes y mesiánicas, aisladas de las mayorías populares, estructuras provocadoras al servicio de la burguesía y los grupos dominantes en la sociedad capitalista.
En Colombia, la combinación de las formas de lucha fue incorporada a la estrategia revolucionaria de la clase obrera y los campesinos por el Partido Comunista Colombiano, cuya táctica y programa se sustenta en el marxismo-leninismo, la plataforma doctrinal del socialismo y la democracia popular.
En su larga y fecunda historia, el Partido Comunista ha promovido las diversas formas de lucha de masas del pueblo colombiano, entre las que se incluye la autodefensa de masas y la acción guerrillera de resistencia y ofensiva contra la violencia terrateniente, paramilitar e imperialista.
La combinación de todas las formas de lucha de masas en nuestro país tiene plena vigencia y es la garantía real que permitirá destruir la retrograda y antidemocrática estructura de poder que prevalece en Colombia y que gestiona el señor Uribe Vélez, representante de las mafias del narcotráfico, de los escuadrones de la muerte y las multinacionales norteamericanas.
Descalifican la combinación de las formas de lucha los reformistas que posan de "izquierdistas" pero resguardados en lujosos apartamentos blindados por la Embajada americana con los dineros del Plan Colombia, y también los reaccionarios, como Uribe Vélez, empeñado en perpetuar a punta de plomo y exterminio su Estado Comunitario, verdadero embeleco neoliberal.
Cali, 13 de agosto de 2006.
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Atrás das cortinas no teatro do etanol
MARIA APARECIDA DE MORAES SILVA
Proponho-me a trazer ao palco os atores até então deixados atrás das cortinas: os cortadores de cana dos canaviais paulistasNOS ÚLTIMOS dias, os diversos meios de comunicação deram cobertura às viagens do presidente da República aos países europeus e aos EUA. Neste último, ao discursar na 62ª Assembléia Geral da ONU, ele defendeu, mais uma vez, o argumento dos biocombustíveis como solução para os problemas climáticos do planeta.
Na mesma ocasião, segundo reportagem desta Folha (Brasil, 26/9), o chanceler da República, Celso Amorim, rebateu a tese de que a produção de alimentos é afetada pelo crescimento da cultura canavieira para a produção do etanol, citando o exemplo do Estado de São Paulo.
Essa última afirmativa, no entanto, vai na contramão dos dados oficiais do Instituto de Economia Agrícola, que apontam para a diminuição das áreas de 32 produtos agrícolas, dentre eles: arroz (10%), feijão (13%), milho (11%), batata (14%), mandioca (3%), algodão (40%) e tomate (12%), sem contar a redução de mais de 1 milhão de bovinos e a queda da produção de leite no período 2006-2007.
Diante desses discursos, proponho-me a trazer ao palco do teatro do etanol os atores até então deixados atrás das cortinas: os trabalhadores rurais, os cortadores de cana dos canaviais paulistas. O que eles querem é só um "dedinho de prosa" com o presidente. Num diálogo imaginário, eles relatariam as "coisinhas simples" do cotidiano, do trabalho, da vida, enfim.
Na sua grande maioria, são migrantes provenientes dos Estados do Nordeste e do norte de Minas Gerais (em torno de 200 mil, segundo a Pastoral do Migrante). São homens, jovens entre 16 e 35 anos de idade.
Durante oito meses ao ano, permanecem nas cidades-dormitório em pensões (barracos) ou nos alojamentos encravados no meio dos canaviais.
Divididos em turmas nos atuais 4,8 milhões de hectares dos canaviais paulistas, são invisíveis aos olhos da grande maioria da população, exceto pelos viajantes das estradas que os vêem enegrecidos pela fuligem da cana queimada, chegando, até mesmo, a ser confundidos com elas.
São submetidos a duro controle durante a jornada de trabalho. São obrigados a cortar em torno de dez toneladas de cana por dia. Caso contrário, podem: perder o emprego no final do mês, ser suspensos, ficar de "gancho" por ordem dos feitores (sic) ou, ainda, ser submetidos à coação moral, chamados de "facão de borracha", "borrados", fracos, vagabundos.
A resposta a qualquer tipo de resistência ou greve é a dispensa. Durante o trabalho, são acometidos pela sudorese em virtude das altas temperaturas e do excessivo esforço, pois, para cada tonelada de cana, são obrigados a desferir mil golpes de facão. Muitos sofrem a "birola", as dores provocadas por câimbras.
Os salários pagos por produção (R$ 2,5 por tonelada) são insuficientes para lhes garantir alimentação adequada, pois, além dos gastos com aluguéis e transporte dos locais de origem até o interior de São Paulo, são obrigados a remeter parte do que recebem às famílias.
As conseqüências desse sistema de exploração-dominação são: - de 2004 a 2007, ocorreram 21 mortes, supostamente por excesso de esforço durante o trabalho, objeto de investigação do Ministério Público; - minhas pesquisas em nível qualitativo na macrorregião de Ribeirão Preto apontam que a vida útil de um cortador de cana é inferior a 15 anos, nível abaixo dos negros em alguns períodos da escravidão.
Constatei as seguintes situações de depredação da saúde: desgaste da coluna vertebral, tendinite nos braços e mãos em razão dos esforços repetitivos, doenças nas vias respiratórias causadas pela fuligem da cana, deformações nos pés em razão do uso dos "sapatões" e encurtamento das cordas vocais devido à postura curvada do pescoço durante o trabalho.
Além dessas constatações empíricas, as informações recentes do INSS para o conjunto do Estado de São Paulo, no período de 1999 a 2005, são: - o total de trabalhadores rurais acidentados por motivo típico nas atividades na cana-de-açúcar foi de 39.433; por motivo relacionado ao trajeto, o total correspondeu a 312 ocorrências; - quanto às conseqüências, os números totais para o período são: - assistência médica: 1.453 casos; - incapacidade inferior a 15 dias: 30.465 casos; - incapacidade superior a 15 dias: 8.747 casos; - incapacidade permanente: 408 casos; - óbitos: 72 casos.
Nesse momento, os atores saem do palco e voltam para trás das cortinas.
O presidente, ouvinte, sabe que eles falaram a verdade. Sertanejo não mente: esse é o código do sertão.
MARIA APARECIDA DE MORAES SILVA, doutora em sociologia pela Universidade de Paris 1 (França), é professora livre-docente da Unesp (Universidade Estadual Paulista). É autora de "A Luta pela Terra: Experiência e Memória", entre outras obras.Abra sua conta no Yahoo! Mail, o único sem limite de espaço para armazenamento!
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Bóias-Frias: Brasileiros pagam 'alto preço' por combustíveis limpos, diz jornal
A retórica de promoção dos biocombustíveis esconde "uma realidade mais dura para os cortadores de cana no Brasil", afirma reportagem publicada pelo jornal International Herald Tribune nesta segunda-feira.
A reportagem comenta que a maioria dos cortadores "são migrantes que deixam suas famílias em busca de trabalhos que pagam cerca de US$ 1,35 por hora". "O quanto eles ganham depende de quanto eles cortam", observa o texto.
A reportagem afirma que "as empresas às vezes enganam seus empregados contando a menos, segundo mostra um estudo do governo divulgado neste ano" e diz que o trabalho é exaustivo e perigoso.
A reportagem, intitulada "Brasileiros pagam alto preço por combustível limpo", relata a história de Manuel Rodrigues da Silva, hospitalizado após ser encontrado com exaustão durante uma inspeção do Ministério Público na fazenda onde trabalhava no interior de São Paulo.
"Um médico no hospital diagnosticou fibrose pulmonar, uma cicatrização dos pulmões que comumente afeta os cortadores de cana. Ele pode morrer se continuar cortando cana", relata o texto.
A reportagem afirma que "Da Silva é um soldado raso em um Exército de 500 mil trabalhadores que trabalham duro de março a novembro, agachados sob o sol tropical, colhendo cana-de-açúcar para fazer etanol no Brasil, o maior exportador do combustível".
Criação de empregos
O texto comenta que "o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um ex-líder sindical, promove o etanol como uma maneira de criar empregos, combater a poluição e reduzir a dependência de combustíveis fósseis".
"A cana-de-açúcar gera ao menos 300 mil postos de trabalho no Estado de São Paulo e paga até o dobro de outros trabalhos rurais de mão de obra não qualificada, segundo Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura", diz a reportagem.
O texto relata que, de acordo com dados oficiais, 312 trabalhadores do setor morreram no trabalho entre 2002 e 2005, enquanto outros 82.995 sofreram acidentes.
"O número de acidentes no trabalho aumentou a 23.787 em 2005, de 16.877 em 2002. Os ferimentos mais comuns eram cortes; traumas nas costas, incluindo hérnias de disco; desidratação e exaustão", diz a reportagem.
Segundo o texto, os dados oficiais mostram que "trabalhadores do setor sofrem cerca de oito vezes mais ferimentos do que trabalhadores dos setores de frutas cítricas e de grãos".
Queima
O jornal também comenta que "o etanol como combustível polui 13% menos que a gasolina, segundo Alex Farrell, economista da Universidade da Califórnia, em Berkeley".
"Apesar de o etanol ser mais limpo do que a gasolina, sua produção polui o ar e deixa as pessoas doentes, segundo o governador de São Paulo, José Serra. Os fazendeiros brasileiros põem fogo em suas plantações na noite antes da colheita para queimar as folhas que ficam no caminho dos colhedores", diz o texto.
Segundo a reportagem, no ano passado o fogo nas plantações de cana consumiram uma área do tamanho do Haiti e, de acordo com Serra, jogaram nos céus de São Paulo 750 mil toneladas de partículas.
"A queima provoca um aumento de 20% a 50% nas visitas médicas por bronquite, asma e outras doenças respiratórias em pessoas que moram no cinturão da cana em São Paulo, de acordo com dados do governo", conclui o texto. (BBC Brasil)
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Camaradas: Tito Flávio Bellini, Robsón André da Cruz, Rogério Limonti, e Túlio Leri


